Artigo - Gastar com Carnaval enquanto o povo grita atormentado pela calamidade que a seca provoca? Não, isso não!
Quando a sociedade se cala, mostra-se seu desprezo e cuidado para com si própria, é este o exato modelo social que nossa classe política deseja que permaneça, um povo ignorante que não tem se quer consciência do perigo que corre.
Dando uma olhada nas noticias sobre previsões meteorológicas para este ano, pude constatar noticias não animadoras
para nosso tão sofrido sertão, os levantamentos são negativos e isso poderá
custar muito caro, principalmente para a população carente de recursos, grande
maioria em nossas cidades.
Enquanto isso, não estamos vendo muita preocupação dos detentores do poder, que
passadas as eleições esqueceram seus discursos inflamados de combate a este
TERRÍVEL e POSSÍVEL fato da natureza, muitos municípios estão ai jogados ao bel
prazer das intempéries naturais e alguns gestores, juntamente com grupos de
empresários (grandes beneficiados com isso tudo) se organizando para MEGA
EVENTOS CARNAVALESCOS, com direito a foliões e tudo.
Gastar com carnaval
enquanto o povo grita atormentado pela seca é um abuso e, diga-se de passagem,
merece reflexão de quem tem o mínimo de consciência, o “Pão e Circo” apesar se
ser frequentemente usado pelos nossos políticos e até aceito por parcela da
sociedade é uma medida que deve ser coibida e repudiada.
O Ministério Público
deverá honrar seu dever e fazer jus a sua função sublime na defesa da ordem e
dos interesses sociais.
Fazer
Carnaval com argumento de que traria algum retorno social e econômico quando as
perspectivas e levantamentos meteorológicos apontam chuvas a baixo da média para
este ano é no mínimo abominável, por favor, não me digam
isso.
A
verdade é que neste momento nossos prefeitos agiriam corretamente e com
racionalidade se poupassem esse dinheiro para despesas coletivas e assim
garantissem sustentabilidade em seus governos, a administração pública requer
zelo e responsabilidade, existem princípios constitucionais que apontam isso,
estamos diante de uma grande incerteza sobre o período de chuvas, não podemos
jamais sacrificar nossas cidades em nome de uma simples neurose eufórica de 4
dias.
Como cidadão, me sinto preocupado com essas medidas, a Indústria da Seca não pode entrar em ação.
Cesar
Amorim – Estudante do 7º período de Direito pela UERN - Estagiário da
Procuradoria Geral do Estado do Rio Grande do Norte – Subseção
Mossoró.
FONTE: NOSSA PAU DOS FERROS.
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